quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sobre morte e vida

"Não há morte no ciberespaço", afirmou na aula de hoje a professora Ieda Tucherman. Talvez essa seja uma boa tacada para recomeçar um blog que estava moribundo desde 2003. Rs... Mas voltando à frase da Ieda e ao seu raciocínio, a experiência ligada a uma "intensidade de risco" é praticamente inexistente no espaço virtual. Por quê? Ela deu alguns exemplos, como: não quero ter o risco de me perder em um lugar que nunca fui, vou ao Google Maps e localizo um endereço antes de sair de casa; não quero ser assaltada ao ir comprar um ingresso para um show, compro pela internet. Achei muito curiosa essa observação, uma vez que o espaço físico nos coloca, de fato, limites, riscos que não existem no espaço digital. E sendo a experiência ligada a um modo de sofrer um movimento, de recortar o espaço e o tempo, ou, em outras palavras, ao modo de um corpo agir e padecer, inscrevendo-se como movimento social, a digitalização do espaço separa o corpo da sua imagem e cinde a matéria da forma. Ieda pontuou: "o digital é forma". Disso podemos apreender que, se, no digital, estamos sempre vivos, já que não há a factualidade, os riscos que provêm do espaço físico, somos hoje muito mais imagens do que corpo-matéria. O suporte tecnológico se torna condição de experiência, sem medo da morte. Mantenhamo-nos vivos, então.