segunda-feira, 30 de maio de 2011

Outro dia me falaram que estar na área de Comunicação torna nossa vida acadêmica mais divertida. Isso por quê? Porque nossos congressos nunca são enfadonhos, tem sempre alguém não deixando a gente dormir ao mostrar imagens ou mesmo ao falar bem, uma diversidade de temas sempre vai estar presente a ponto de você escolher se um interessa mais que outro, alguma afinidade sempre pode reinar na pluralidade em que se constitui nossa área.

Vou dar um exemplo. Meu namorado estuda mapas na internet. Eu estudo fotografia. Meu amigo estuda cinema. Com o primeiro, tenho afinidade quanto ao tema da cidade. Com o segundo, quanto ao tema da imagem. Isso nos rende parcerias e algumas trocas, o que torna a formação divertidíssima.

Amanhã vou ter que parar para ver filmes com o fim de escrever um artigo com o parceiro. Academizar fica até menos sério nesses moldes. Viva a Comunicação!

sábado, 28 de maio de 2011

Vomitara uma cor rubra, vinho, açaí....
Não reconhecera o que saía de sua boca
Por alguns intantes, pensara: o que está podre por dentro?

Não previra qualquer ânsia, náusea, enjoo
Tomara o ônibus em baixo de chuva de volta para casa
Bebera regada a taças, queijos e conversas

O amarelo do bar se transformara
Não mais a retidão das mesas e balcões
Mas o olhar turvo e desconexo do lugar

Às 5h e poucas, pelas ruas de Copacabana
Náusea e alívio mesclados
O ônibus levara o vinho e seu fétido rubor

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dois dias no Inhotim

Arte contemporânea, paisagismo, arquitetura são palavras que andam juntas no Inhotim (Centro de Arte Contemporânea em MG, no município de Brumadinho). O lugar é muito bonito, lúdico, com possibilidades de mergulho nas obras de artistas consagrados, assim como de refúgio dos ruídos que nos perseguem na cidade grande.

Fui sozinha para lá, em meio a um grupo de desconhecidos. Nunca mais tinha feito um passeio desses só, apenas com uma câmera à tiracolo. Foi bom por um lado e ruim por outro. Bom porque é sempre bom termos liberdade de fazer nosso próprio roteiro e ruim porque é legal conversar com alguém logo depois de experimentar um lugar como o Inhotim. São muitas expressões, sensações, desilusões, que as obras passam. Quando se sai de cada galeria, damos de cara com um jardim belíssimo ou uma paisagem maravilhosa, que, muitas vezes, nos leva para longe da obra e para perto de uma contemplação da natureza. Imergi nas obras e galerias que permitiram isso. Outras, levaram-me para fora em questão de minutos.

Valeu à pena, apesar de tudo, pois pude ficar sozinha entre os prazeres e as farpas do ambiente. A interdição de não fotografar nas galerias, que, mesmo com a câmera fechada, fazia com que monitores me perseguissem, não existia nas obras a céu aberto. Sentia-me mais leve para chegar em algumas delas e arriscar até autorretratos (coisa que nunca mais tinha feito). Nesses momentos é que pude perceber que, na ausência de companhia, inventamos uma para nós mesmos.

Beam Drop Inhotim, Chris Burden, 2008
Clique aqui e veja o processo

domingo, 15 de maio de 2011

Adoro domingos. J'adore dimanches.

Domingos têm uma cor diferente. Parece que o sol te acorda sorrindo: e aí, vai ficar aí parado e dispensar essa energia que tô te dando? Depois que fico de pé, minha mente, depois do café de domingo, fica um frescor só: acelerada, cheia de ideias, vontade de estudar, de arrumar a casa, de produzir tudo o que não deu vontade na semana toda até sábado. Sair, aos domingos, só se for aquela programação imperdível ou leve, ao lado de alguém leve também. Porque domingo dura pouco e não merece ser disperdiçado. Domingo é dia de riscar checklists. Há muito o que fazer com os raios de energia que esse dia emana, apesar de, no final do dia, você ficar pensativo sobre o que deixou de fazer.

Todo o brilho desse dia se esvai depois das 18h. É hora que o sol te dá tchau e diz: babe, amanhã é segunda! Tchauzinho.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Questão de ordem é pensar tudo por etapas. Não dá pra pensar tudo ao mesmo mesmo tempo e agora e ainda querer se sair bem da confusão.

Os post-its na parede me alertam, utilmente, de que tenho a conta da segunda pra pagar antes de pensar no que vai dar a minha tese. Assim como emails me advertem de que tenho que respondê-los antes de se empilharem em cima dos textos e livros pra ler.

Planos pro próximo ano teimam em me colocar contra a parede. Há uma checklist de coisas menores, porém, pra dar conta antes de tentar resolvê-los. Eita nós!

terça-feira, 10 de maio de 2011

A força (ou lei) da atração

Está acontecendo um movimento curioso nos próximos dias. Pessoas do Ceará, há um tempo conhecidas, voltam a se reencontrar, morando no mesmo lugar, pelas bandas de cá, no Rio, e pelas bandas de lá, na Bahia. Precisar os motivos desse reencontro, em novas circunstâncias, não seria matemático. Toda uma história levou a esse fenômeno.

Um pensamento, por outro lado, leva a crer que vínculos outrora estabelecidos querem ter uma nova chance, exigem um outro fôlego. Sim, porque há anos atrás, lá no Ceará, éramos aqueles estudantes ainda sem tantos horizontes e com uma coragem ainda desconhecida. Hoje, vamos nos reencontrar para um novo jogo, com possibilidades de coroar damas que não se fizeram naquele tempo.

Acredito que só tornamos a ver pessoas que queremos bem. Querer bem é uma força de atração: se estimo alguém, esse alguém sentirá em mim algum sentimento bom, que fará com que exista entre nós uma boa troca, rendendo uma procura mútua pela presença um do outro. Sim, porque não é só o amor que atrai. Parceria, confiança, afinidade e trocas cultivam a atração.

Por isso, conterrâneo(a), não é a terra que nascemos que nos ligará novamente, mas a dinâmica de nossas boas relações iniciadas e bem guardadas. Assim sendo, conte comigo e sinta-se em casa.

domingo, 8 de maio de 2011

Memória musical

Principalmente aos domingos, cresci ouvindo música em casa. Meu pai que cuidava da discotecagem, em meio ao seu mundo de LPs. Sons que fazem parte do meu "acervo imaginário" herdado: Luiz Gonzaga, Agepê, Pinduca, Roberto Carlos, Noite Ilustrada, Ray Coniff, Noel Rosa, Roberta Miranda, Trio Irakitan, Martinho da Vila, Pixinguinha, Agnaldo Timóteo, muitos chorinhos, dentre outros.

Meu pai é daqueles que sempre gostou mais de ouvir. A música é dos seus prazeres mais característicos apesar de não tocar nenhum instrumento. E o clima das suas escolhas reverbera até hoje nos estalos da memória, levando-me sempre à atmosfera do meu lar cearense.

Domingo, dia das mães, ouvindo Pinduca.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Outro dia me perguntaram se era ariana (do signo de áries). Ora, ora, ora. Até que me identifico com algumas características do signo: praticidade, obstinação, confiança, dentre outras. Será que passei isso para essa pessoa ou passei outras coisas com as quais não me identifico? Agressão, impulsividade, despotismo?

Consulto sites de astrologias para tirar essas dúvidas. É interessante brincar de interpretar as pessoas pelos signos. Mas, claro, signos não são caixas que modulam personalidades. Determinismo astrológico não pode engessar a maior característica do ser humano: a mudança. E se pudéssemos assumir um signo por dia? Ou inventar mais e mais além dos doze que o zodíaco propõe?

Posso ter demonstrado um veia "ariana" naquele dia para uma pessoa. Mas para outra, posso ter sido uma exímia "libriana" ou "pisciana". Sei lá o que demonstrei para o mundo. O que interessa é que, se erram meu signo, é sinal de que não sou tão óbvia assim.
Amizade acontece. Não adianta forçar. Curiosamente, quando olho meu perfil de amigos, todos eles exercem papéis diferentes para mim, ou, em outras palavras, trazem à tona diferentes Elanes só existentes em suas presenças. Em todos, admiro alguma coisa: um jeito, um sorriso, uma habilidade, uma brincadeira, um abraço, dentre outras. Nenhum deles é completamente extrovertidos. De algum modo, há alguma reserva em cada um com a qual me identifico também.

Sair de casa foi decisivo para aprender a me virar melhor e, com isso, falar mais também. Falar, entretanto, não é uma necessidade perene. Só solto o verbo com alguém quando realmente me sinto bem para isso. Poderia medir esse grau de envolvimento em uma amizade pela quantidade/qualidade daquilo que falo. Uma vez reparei nisso. Falo mais e levo conversas de horas com quem me sinto melhor, segura e mais acolhida. Da mesma forma, um sinal de que o outro me conforta é quando ele não se incomoda com o meu silêncio e também eu com o dele.

Ainda bem, que para além de todo ego presente na academia e toda a novidade do contexto carioca, consigo ter amigos. Aqueles que podem falar e silenciar, também me fazendo silenciar e falar. Não adianta forçar. Amizade acontece.